No seu site você discutiu muito bem em pormenor, em várias fatawa, a questão de desculpar aquele que segue noções equivocadas com base na ignorância e de como estabelecer provas com relação a este assunto (de modo que a pessoa não tem desculpa para continuar seguindo essa noção equivocada). Mas eu não encontrei diretrizes claras neste site com relação a como devemos abordar a questão de quem baseia sua opinião em uma interpretação errada. Eu li sobre este assunto, mas eu encontrei algumas contradições ao aplicar o que eu li de alguns sábios que discutem a abordagem certa. Por exemplo, alguns sábios dizem que se a interpretação errônea de um texto é uma interpretação válida do ponto de vista linguístico, então podemos desculpá-los com base nisso, mas se não é válida do ponto de vista linguístico, então não podemos desculpá-los e devemos considerá-los como kuffar (incrédulos). Mas quando se trata da aplicação desta orientação para os Ash’aris (escola de pensamento baseada no pensamento lógico), que interpretam a ideia de istiwa’ (Allah está acima do Trono) como significando que Ele “ganhou o controle”, você descobre que ao refutá-los, eles dizem: Isto é algo para o qual não há base linguística, mas apesar disso eles não consideram como kuffaar aqueles que negam a ideia de Allah ser o Altíssimo, embora o Shaikh al-Islam (Ibn Taimiyah) tenha narrado de Abu Hanifah o ponto de vista de que aquele que nega a ideia de Allah ser o Altíssimo é um kaafir (incrédulo). Gostaríamos de algum esclarecimento com relação aos sábios que julgam muitas seitas, como os Jahamis e Qadaris, como kuffar. Está provado por algum dos sábios que ele considerava os Ash’aris como kuffar?
Diretrizes sobre o tipo de interpretação errônea que não constitui kufr por parte daquele que segue essa má interpretação, e alguns outros comentários sobre esta questão
Pergunta: 192564
Louvado seja Deus, e paz e bênçãos estejam sobre o Mensageiro de Deus e sua família.
Esteassunto é muito importante, e nós o discutiremos nos pontos seguintes:
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Nãohá diferença entre desculpar uma pessoa por formar uma ideia errôneabaseada na interpretação errada e desculpá-la por sua ignorânciareligiosa; na verdade, quem baseia sua ideia errada na máinterpretação é mais merecedor de ser desculpado daquele que éignorante, porque ele não é ignorante do que ele tem que acreditar; aocontrário, ele acredita que (o que quer que ele acredite) é verdade, eele cita evidência para isso e a defende. Não faz diferença se o assuntoem questão, para o qual aquele que baseia sua ideia em umainterpretação errônea, é uma questão prática outeórica.
Shaikhal-Islam Ibn Taimiyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Aqueleque baseia sua ideia em uma intepretação errada, se sua intençãoé seguir o Mensageiro (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobreele), ele não deve ser considerado como um kaafir ou como um malfeitor,se ele tentou resolver o assunto, mas o entendeu errado. Isto é algo que é bemestabelecido dentre as pessoas com relação aos assuntos práticos.Com relação às questões de crença, muitas pessoas consideram comoum kaafir aquele que tem noções equivocadas sobre estas, mas estaopinião não é conhecida de qualquer um dos Sahaabah ou daquelesque os seguiram na verdade, ou de qualquer um dos principais sábios dosmuçulmanos. Em vez disso, esta era originalmente uma das visões dosinovadores.
Fim dacitação de Minhaaj as-Sunnah (5/239).
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Istonão significa que eles não mereçam o castigo hadd (ou seja, apunição revelada), como foi dado o castigo hadd a Qudaamah ibn Maz’um,em relação à sua opinião que se baseou em sua máinterpretação sobre o consumo de álcool – e isso nãosignifica que eles não mereçam castigo e culpa, ou mesmo que suas ideiasnão mereçam ser descritas como desvio ou descrença, como veremos emdetalhes abaixo. Na verdade, o assunto pode chegar ao nível decombatê-los, porque o objetivo por trás disso é desencorajar as pessoasdesta inovação e proteger a religião do Islam.
Shaikhal-Islam Ibn Taimiyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse: O queeu mencionei – sobre um muçulmano que abandona algum assunto obrigatórioou faz alguma ação proibida baseado em intepretação errada econclusões erradas, ou como um resultado por seguir a opinião deoutros – está claro na minha mente. Tal pessoa está em umaposição mais favorável, com relação à sua opinião,do que o incrédulo que baseia sua incredulidade na interpretação enoções erradas. Mas isso não exclui a luta contra aquele quetransgrida (contra os muçulmanos) e mantenha opiniões baseadas emmá interpretação, ou açoite aquele que bebe álcool eacredita que isso seja permitido com base em interpretações errôneas,etc., pois a intepretação errada não dispensa punição nestemundo, em todos os casos, pois o objetivo da punição é repelir o danoque pode ser causado pela ação do transgressor.
Fim dacitação de Majmu‘ al-Fataawa (22/14)
E ele(que Allah tenha misericórdia dele) disse:
No quediz respeito àquele que exibe abertamente o que pode ser prejudicial (quanto aações ou crenças), seu dano deve ser repelido, mesmo que seja por meiode puni-lo, e se ele é um muçulmano malfeitor ou pecador, ou um homem de bomcaráter que tentou resolver o problema, mas errou, e, na verdade, mesmoque ele seja um homem justo ou um sábio, se é alguém sobre quem temospoder ou não (ainda devemos tentar repelir o seu mal)… Da mesma forma,quem promove bid’ah que pode prejudicar as pessoas em relação ao seubem-estar religioso deve ser punido, ainda que ele possa ser desculpado por tertentado resolver o problema (mas entendeu errado) ou por ter seguido aopinião de outra pessoa.
Fim dacitação de Majmu‘ al-Fataawa (10/375).
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Nem todainterpretação alternativa é justificável ou desculpável deacordo com a shari’ah. Nenhuma interpretação alternativa éaceitável com respeito ao duplo testemunho de fé, à Unicidade de Allah,Exaltado seja, à afirmação da mensagem do Profeta (que a paz e asbênçãos de Allah estejam sobre ele), à ressurreição, ou aoParaíso e o Inferno. Chamar isso de interpretação alternativa emprimeiro lugar não é aceitável; antes, é uma abordagem baatini(esotérica) e herética que leva à invalidação da religião.
AbuHaamid al-Ghazaali (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Éessencial apontar outro princípio, o qual é que se uma pessoa tem umaopinião que é contrária a um texto mutawaatir* e afirma que éapenas uma interpretação alternativa, mas seu ponto de vista que sebaseia em interpretações errôneas está muito distante dosignificado linguístico, e não está perto de todo, ao contrário,é completamente inverossímil, isto equivale a kufr e quem mantém essaopinião é um mentiroso, mesmo que ele alegue basear sua opiniãoem sua própria interpretação. Um exemplo disto é o que li naspalavras de alguns dos Baatinis, que Allah, Exaltado seja, é Único nosentido de que Ele concede e cria unicidade, e Ele é Onisciente no sentido queEle concede conhecimento aos outros e o cria, e Ele existe no sentido de queEle traz outros à existência. Mas quanto a Ele ser Único em Si mesmo, ouexistir ou ser Onisciente no sentido de que este é Seu próprio atributo,isso não é correto de acordo com a opinião deles. Isto é kufrflagrante, porque interpretar a unidade criando a unidade não pode seruma intepretação alternativa, de maneira alguma, e isto não tembase na linguística do idioma árabe, e não épossível sequer interpretá-lo desta maneira. Estes sãoexemplos de palavras da incredulidade descritas como interpretaçõesalternativas.
* Mutawaatir: tipo de transmissão deahaadith que são relatados e transmitidos por grandes números depessoas, de cadeia por cadeia de transmissão, em todas asgerações, por transmissão oral – portanto, não hápossibilidade nenhuma de haver mentira na cadeia de transmissão, devidoao número enorme de pessoas envolvidas.
Fim dacitação de Faysal at-Tafriqah (p. 66, 67).
Ibn al-Wazir (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Da mesma forma,não há diferença de opinião quanto ao kufr de quem rejeitao que é bem conhecido e bem estabelecido a todos, e tenta escondê-lo com adesculpa de dar sua própria interpretação em relação aalgo que não pode ser interpretado de qualquer forma que não sejao seu significado aparente, como os hereges em sua interpretação errôneade todos os nomes divinos, e até de todo o Alcorão e de todas ospareceres do Islam, e assuntos da outra vida como a ressurreição e oParaíso e o Inferno.
Fim dacitação de Ithaar al-Haqq ‘ala al-Khalq (p. 377).
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O tipo deinterpretação que pode ser válida é aquela que nãodebilita a religião do Islam, é aceitável numa baselinguística de acordo com as regras da língua árabe, equem mantém esta opinião pretende sinceramente buscar a verdade conformeos princípios do conhecimento. Essas pessoas têm uma desculpaválida se sua interpretação vir a ser errada. Esta é a mesmadesculpa que os sábios mencionaram com relação às razõespelas quais os sábios podem ter pontos de vista diferentes sobrequestões práticas.
Shaikhal-Islam (que Allah tenha misericórdia dele) disse: É assim quedevemos examinar as declarações das pessoas nos casos em que aquele quesustenta essa opinião se torna um kaafir. Os textos que poderiam ajudaruma pessoa a chegar à conclusão certa podem não ter chegado a umsábio; ou ele pode ter tido conhecimento deles, mas eles não lheforam provados para serem confiáveis ou ele não foi capaz decompreendê-los; ou ele pode ter desenvolvido algum mal-entendido pelo qualAllah pode desculpá-lo. Quem dentre os crentes se empenha em buscar averdade, mas depois chega a uma conclusão errada, Allah perdoaráseu erro, não importa o que seja, se tem a ver com questõesteóricas ou práticas. Esta é a opinião dos Companheiros doProfeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) e a maioriados principais sábios do Islam.
Fim dacitação de Majmu‘ al-Fataawa (23/346).
Al-HaafizIbn Hajar (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Os sábiosdisseram: Qualquer um que chegue a uma conclusão errada, mas pode serdesculpado por sua má interpretação, não é um pecador,desde que sua interpretação possa ser válida do ponto de vistalinguístico e que ele tenha certo grau de conhecimento.
Fim dacitação de Fath al-Baari (12/304).
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Háum hadith sahih que indica que se uma pessoa tem uma opinião erradasobre ‘aqidah (crenças) que é baseada em interpretação errada, se essamá interpretação não levará a fazer areligião parecer sem sentido, então esta pessoa não ékaafir. Esse é o hadith no qual o Profeta (que a paz e as bênçãos deAllah estejam sobre ele) disse: “Os judeus se dividiram em setenta e umaseitas, uma das quais estará no Paraíso e setenta no Inferno. Oscristãos se dividiram em setenta e duas seitas, setenta e uma delasestará no Inferno e uma no Paraíso. Minha ummah sedividirá em setenta e três seitas, uma das quais estará noParaíso e setenta e duas no Inferno.” Foi dito: Ó Mensageirode Allah, quem são eles? Ele disse: “O jamaa’ah (o corpo principaldos muçulmanos).” Narrado por Ibn Maajah (3992); classificado como sahihpor al-Albaani.
AbuSulaimaan al-Khattaabi (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Aspalavras “Minha ummah se dividirá em setenta e três seitas”indica que todas estas seitas não estão fora dos limites doIslam, porque o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobreele) descreveu todas elas como sendo parte de sua ummah. Isso indica que aqueleque sustenta uma opinião que é baseada em alguma interpretaçãonão ultrapassa os limites do Islam, mesmo que ele esteja equivocado emsua interpretação.
Fim dacitação de Ma‘aalim as-Sunan de al-Khattaabi (4/295). Consulte também:as-Sunan al-Kubra de al-Bayhaqi (10/208).
IbnTaimiyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse: O mesmo se aplica atodas as setenta e duas seitas: quem dentre estas for um hipócrita éinteriormente um incrédulo, e quem não é um hipócrita – aocontrário, acredita em Allah e em Seu Mensageiro interiormente –não é um incrédulo interiormente, mesmo que ele esteja errado em algunspontos de vista que são baseados em má interpretação,não importa quão sério é seu erro.
Quem dizque cada uma das setenta e duas seitas é incrédula, cujo kufr (incredulidade)os coloca além dos limites do Islam, foi contra o Alcorão e Sunnah e oconsenso dos Sahaabah (que Allah esteja satisfeito com eles), e, efetivamente,o consenso dos quatro imams e outros. Não há ninguém dentre eles quetenha considerado cada uma das setenta e duas seitas como incrédula; ao invésdisso, essas seitas podem se considerar mutuamente como incrédulas, por causade suas opiniões e crenças.
Fim dacitação de Majmu‘ al-Fataawa (7/218, 219).
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Aquelesdentre os sábios que decidiram que parte dos que seguem ainovação – que não constitui incredulidade – é kaafir,referiam-se ao kufr de um grau menor do que aquele que coloca alguém além doslimites do Islam.
Imamal-Baihaqi (que Allah tenha misericórdia dele) disse: O que temosnarrado a partir de ash-Shaafa’i e outros imams sobre considerar essesinovadores como kuffaar se refere apenas a formas menores de kufr.
Fim dacitação de Sunan al-Bayhaqi al-Kubra (10/207).
Imamal-Baghawi (que Allah tenha misericórdia dele) disse: ash-Shaafa’iconsiderou lícito aceitar o testemunho dos inovadores e rezaratrás deles, sem restrições, mesmo que ele o tenha consideradocomo makruh. Este ponto de vista indica que, se ele descreve alguns deles comokuffar em qualquer ocasião, o que ele quis dizer foi kufr menor, como noversículo em que Allah, Exaltado seja, diz (interpretação dosignificado): “…E quem não julga conforme o que Allah fez descer,esses são os renegadores da Fé (ou seja, incrédulos – de um grau menor,visto que eles não agem sobre Leis de Allah)”[al-Maa’idah 5:44].
Fim decitação de Sharh as-Sunnah (1/228).
Imanash-Shaafa’i talvez tenha usado a palavra kufr como forma de alertar sobre essacrença.
Shaikhal-Islam Ibn Taimiyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
Pode sernarrado a partir de um deles que ele considerou com um kaafir aquele quesustentou alguma opinião, mas o que ele quis dizer foi que estaopinião constituía kufr, de forma a alertar contra isso; issonão quer dizer necessariamente que se uma opinião constitui kufr,todos que a sustentam como o resultado de ignorância ou máinterpretação de um texto são considerados como kuffar. Afirmarkufr no caso de um indivíduo em particular é como uma confirmaçãode que ele é merecedor de punição na outra vida – e não hácondições específicas e impedimentos com relação a fazerisso.
Fim dacitação de Minhaaj as-Sunnah an-Nabawiyyah (5/240)
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Comrelação à diferença de opinião entre os principais sábios,com respeito ao povo da bid’ah (inovação), que acredita em uma ideia queconstitui kufr, e se eles são kuffar ou não, essa se baseia nadiferença entre considerar a opinião como constitutiva de kufr econsiderar um indivíduo em particular como um kaafir. Eles podem decidirque uma crença particular constitui kufr por si só, mas nãoaplicam a decisão de kufr a qualquer indivíduo específicoque acredite nessa opinião, a menos que as condições sejamatendidas e os impedimentos estejam ausentes.
Shaikhal-Islam Ibn Taimiyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
Mas o queestamos tentando dizer aqui é que a opinião dos principais sábiossobre takfir (julgar uma pessoa como kaafir) são baseadas em suasdiferenciações entre a ideia e o indivíduo que sustenta estaopinião. Consequentemente, parte deles narrou que havia certacontrovérsia com relação a este assunto, mas estas pessoas nãoentenderam corretamente o que eles disseram. Alguns narraram dois relatos deAhmad, sobre a questão de considerar o povo da bid’ah como kaafir emtodos os casos, ao ponto que parece que havia um conflito ente estes doisrelatos sobre se os Murji’ah e os Shi’ah, que dão preferência a ‘Ali,serem considerados como kuffaar. Talvez este grupo (que narrou dois relatos)pensou que eles deveriam ser considerados como kuffaar que morarão parasempre no Inferno, mas esta não é a opinião de Ahmad ou quaisqueroutros principais sábios do Islam. Ao contrário, a opiniãodele é definitivamente que ele não considerou como kuffaar aqueles quederam precedência a ‘Ali sobre ‘Uthmaam. Ao invés disso, suasdeclarações claramente indicam que devemos nos abster de considerar osKhaarijis, Qadaris e outros como kuffaar, e ele apenas considerou como kuffaaros Jahamis que negaram os nomes e atributos de Allah, porque as opiniõesdeles são claras e obviamente contrárias àquilo que foi trazidopelo Mensageiro (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele), eporque a realidade da opinião deles é que ela leva à negação doCriador. Ele tinha lidado com eles e sabia sobre sua realidade e que suas opiniõesse resumiram a negar o Criador. Além disso, considerar os Jahamis como kuffaarera algo que era bem comprovado e foi narrado das primeiras gerações edos sábios proeminentes, mas ele não considerou pessoasespecíficas dentre eles como kuffar, porque aquele que promove umaopinião é pior do que aquele que meramente a mantém, e o inovador quepersegue quem discorda dele é pior do que aquele que meramente chama para isso,e aquele que descreve como kaafir alguém que discorda dele é pior do que quemmeramente o persegue. Além disso, aqueles que estavam no poder (na época deAhmad) tinham opiniões Jahami, que o Alcorão foi criado, e queAllah não seria visto na Outra Vida, e assim por diante, e eles chamaramas pessoas para isso, e as julgariam e puniriam se não concordassem comeles, e eles consideravam como kuffar todos aqueles que não concordavamcom eles, ao ponto que se prendessem alguém eles não o deixariam ir atéque ele aceitasse a opinião Jahami que o Alcorão foi criado, eassim por diante. Eles não nomeariam ninguém para uma posição deautoridade ou dariam qualquer soldo do bait al-maal a ninguém, a menos quetivesse essas opiniões. Mas, apesar disso, Imam Ahmad (que Allah tenhamisericórdia dele) rezaria por misericórdia e perdão poreles, porque sabia que não lhes era claro que estavam descrendo noMensageiro (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) erejeitando o que ele trouxe; em vez disso, eles basearam suas opiniõesna interpretação de algum texto, mas o entendiam errado e seguiam aquelesque lhes ensinara isso.
Da mesmaforma, quando Hafs al-Fard disse que o Alcorão foi criado, ash-Shaafa’ilhe disse: Você descreu em Allah, o Todo-Poderoso, e ele explicou-lhe queaquela opinião representava kufr. Mas ele não decidiu que Hafstinha apostatado apenas porque ele mantinha aquela opinião, pois aindanão havia sido estabelecida prova para ele tal que pudesse serconsiderado kaafir, caso a rejeitasse. Se ash-Shaafa’i acreditasse que ele eraum apóstata, ele teria tentado executá-lo. E ele claramenteafirmou em seus livros que o testemunho dos que seguem bid’ah deve ser aceito,e orações podem ser oferecidas atrás deles.
Fim dacitação de Majmu‘ al-Fataawa (23/348, 349).
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Comrelação às opiniões dos Ash’aris em particular, não podehaver dúvidas de que eles têm algumas noções erradas em suascrenças que são contrárias às crenças das primeirasgerações, e eles têm figuras proeminentes dentre os sábios a quemeles referem e seguem, mas eles não todos do mesmo nível comrelação às crenças; ao contrário, existem algumas escolas depensamento diferentes entre eles. Aqueles dentre eles que mais se aproximam dastrês melhores gerações, são os que dentre eles estão maispróximos da verdade. Ao aplicar o argumento mencionado acima (sobre adiferenciação entre ideias e indivíduos) aos Ash’aris, podemosperceber que nenhum dos sábios que considerou parte do que disseram comokufr estava apenas se referindo a elementos de kufr em suas ideias, e issonão significa que ele decidiu que eles mesmos, como indivíduos,tornaram-se kuffar por causa disso, e não quis dizer que alguém quemantem esta opinião é um kaafir. Ele estava se referindo a um tipo menorde kufr.Este grupo não é uma dasseitas que estão além dos limites do Islam, e seus indivíduosnão são kuffar. Em vez disso, eles devem ser desculpados, porqueeles baseiam suas ideias em alguma interpretação errada com respeito aoque discutiram de assuntos e crenças.
Shaikhal-Uthaymin (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Não sei deninguém que considera os Ash’aris como kaafirs.
Fim decitação de Thamaraat at-Tadwin (nº 9), do Dr. Ahmad ibn ‘Abdar-Rahmaan al-Qaadi.
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Podemosresumir o parecer shar’i sobre os grupos inovadores citando o que o Shaikh ‘Abdar-Rahmaan as-Sa’di (que Allah tenha misericórdia dele) disse em umcomentário claro e acadêmico:
Quem negao que o Mensageiro (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele)trouxe, ou nega parte disso, sem basear-se em alguma interpretaçãoerrônea de um texto do povo da bid’ah, é um kaafir, porque não acreditouem Allah e Seu Mensageiro, e é muito arrogante e teimoso para aceitar averdade.
(a) Comrelação ao inovador dentre os Jahamis, Qadaris, Khaarijis, Raafidis esua laia, se ele sabe que sua inovação é contrária aoAlcorão e à Sunnah, e ainda persiste nela e a apoia, então ele éum descrente em Allah, o Todo-Poderoso, e está se opondo a Allah e SeuMensageiro depois da orientação verdadeira tornar-se clara para ele.
(b) Seuma pessoa dentre os inovadores acredita em Allah e Seu Mensageiro, tantoexterior quanto internamente,e elevenera Allah e Seu Mensageiro, e é fiel ao que foi trazido pelo Mensageiro (quea paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele), mas ele desenvolve umanoção ou prática que é contrária à verdade, e se engana emalgumas das suas conclusões, e está errado em parte das suasinterpretações, sem desacreditar ou rejeitar a orientação queestá clara para ele, então ele não é um kaafir, mas ele émalfeitor e um inovador, ou ele é um inovador desencaminhado, ou pode ser perdoadoporque o assunto era muito sutil e ele se esforçou para descobrir o que estavacorreto, mas não conseguiu.
Consequentemente,os Khaarijis, Mu’tazilah, Qadaris e outros seguidores de bid’ah sãoconsiderados como sendo de diferentes categorias:
(a) Partedeles é, sem dúvidas, kaafir, tal como o Jahamis radicais que negaram osnomes divinos e atributos, embora tenham percebido que suas inovaçõeseram contrárias ao que foi trazido pelo Mensageiro (que a paz e asbênçãos de Allah estejam sobre ele). Essas pessoas conscientementenão acreditavam no Mensageiro.
(b)Alguns deles são inovadores desencaminhados e malfeitores, tal como osKhaarijis que basearam suas opiniões erradas na máinterpretação, e os Mu’tazilah que não descreem no Mensageiro,mas eles foram desencaminhados por causa de suas inovações, e pensavamque eles estavam seguindo a verdade. Logo, os Sahaabah (que Allah estejasatisfeito com eles) concordaram unanimemente que os Khaarijis eram inovadorese rebeldes, como foi narrado nos ahadith sahih que falam deles. Mas eles tambémestavam unanimemente de acordo que estes não estavam além dos limites doIslam, embora considerassem como permissível derramar o sangue dosMuçulmanos, e eles negaram que a intercessão pode ser garantida àquelesque cometem pecados maiores, e eles negaram muitos outros fundamentos dareligião. Mas, porque eles basearam suas opiniões em suasinterpretações errôneas de algum texto, eles não podem serconsiderados como kuffar.
(c)Alguns dos inovadores mantinham ideias que eram menos graves do que isso, comomuitos dos Qadaris, e os Kilaabis e Ash’aris. Estas pessoas sãoinovadoras e estão desencaminhadas com relação a certasquestões fundamentais, nas quais desenvolveram opiniões que eramcontrárias ao Alcorão e a Sunnah. Isto é algo que é bem sabido ebem definido. A inovação delas é de diferentes níveis, de acordocom o quão longe ou perto da verdade estão, e de acordo com assuas transgressões contra os seguidores da verdade ao rotulá-loscomo kuffaar, malfeitores ou inovadores, e de acordo com suas habilidades emchegar à conclusão correta e seus esforços para fazerem assim ou deoutra forma. Uma discussão detalhada deste assunto levaria muito tempo.
Fim dacitação de Tawdih al-Kaafiyah ash-Shaafiyah (156-158).
Esperamosque o que mencionamos acima tenha esclarecido o assunto para você. Pedimos queAllah nos ajude e a você a alcançar o conhecimento benéfico e a praticarações justas.
E Allahsabe melhor.
A Fonte:
Islam Q&A