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343503/03/2015

Qual é a regra sobre usar uma cruz a fim de ocultar a identidade de alguém no aeroporto?

Pergunta: 224737

Alguns muçulmanos se veem obrigados a fugir dos seus países por causa de guerra e outras razões, por isso, eles recorrem a viagens à Europa usando passaporte falso que mostra uma nacionalidade europeia, mas com intuito que os funcionários do aeroporto não tenham dúvidas sobre eles, alguns usam uma cruz ao entrar no aeroporto. Qual é a decisão sobre usar uma cruz nesta situação?

Louvado seja Deus, e paz e bênçãos estejam sobre o Mensageiro de Deus e sua família.

Em primeiro lugar:

A cruz é um dos símbolos
óbvios de incredulidade, como disse Ibn al-Qayyim (que Allah tenha
misericórdia dele) em Ahkaam Ahl adh-Dhimmah (3/1240). Portanto,
não houve diferença de opinião entre os sábios sobre ser
proibido usá-la.

É dito em al-Mawsu’ah
al-Fiqhiyyah al-Kuwaitiyyah (12/88): Não é permitido aos muçulmanos
fazerem uma cruz e não é permissível que eles deem
instruções para uma cruz ser feita. O que se quer dizer é fazer uma cruz
que simboliza a crucificação, e o muçulmano não deve tê-la, quer
ele a use ou a construa, ou ambos.

Muitos sábios afirmaram
claramente que a pessoa que faz isso é uma incrédula.

É dito em al-Fataawa al-Hindiyyah, um dos livros
do madhhab Hanafi (2/276): Uma pessoa se torna incrédula, se ela coloca um
chapéu do zoroastrismo na cabeça, de acordo com a visão correta, salvo
no caso de necessidade de se proteger do calor ou do frio; ou se ela coloca um
zunnaar [uma espécie de cinto que foi usado por não-muçulmanos no
passado] em torno de sua cintura, a menos que ela faça isso como forma de
enganar em um tempos de guerra ou se estiver agindo como guarda-avançada à
frente do exército muçulmano. Fim da citação.

É dito em Majma’
al-Anhur fi Sharh Multaqa al-Abhur, que também é um livro Hanafi (1/698):
Uma pessoa se torna incrédula, se ela coloca um chapéu do zoroastrismo na
cabeça, de acordo com a visão correta, salvo se é para o
propósito de libertar um prisioneiro muçulmano ou um caso de necessidade
para se proteger do calor ou frio, de acordo com alguns sábios. Fim da
citação.

Al-Qaadi ‘Iyaad disse: Da mesma
forma, consideramos como incrédulo qualquer um que fizer qualquer ação
que os muçulmanos estejam de acordo, por unanimidade, que provenha somente de
um incrédulo, mesmo se a pessoa que fizer isso professe o Islam abertamente,
mas pratique aquela ação…
…Tal como prostrar a um ídolo, ou ao sol ou à lua, ou a uma cruz, ou
ao fogo, ou ir a igrejas e sinagogas com suas congregações, ou vestir
suas vestes, como usar seu zunnaar (cintos específicos) ou o corte de
cabelo no estilo de um monge (tonsura).

Os muçulmanos concordaram
unanimemente que essas coisas só são feitas por um incrédulo, e
que essas ações são símbolos de incredulidade, mesmo se a
pessoa que os pratica professe abertamente o Islam.

Fim da citação de ash-Shifa
bi Ta’rif Huquq al-Mustafa – Mahdhuf al-Asaanid (2/611).

Os sábios do Comitê
Permanente para Emissão de Fatawa foram questionados sobre a decisão
sobre usar uma cruz e eles responderam:

Se a decisão sobre usar uma
cruz é explicada à pessoa, e é dito que é um símbolo dos
cristãos, e é uma indicação de que o portador se contenta em ser
considerado como um deles e que está satisfeito com o aquilo que eles
creem, mas esta pessoa persiste nisso, ela deve ser considerada incrédula,
porque Allah, glorificado e exaltado seja, disse (interpretação do
significado):

“Ó vós que
credes! Não tomeis por aliados os judeus e os cristãos. Eles
são aliados uns aos outros. E quem de vós se alia a eles
será deles. Por certo, Allah não guia o povo injusto”

[Al-Maa’idah 5:51].

Se zulm (injustiça) é mencionado
em termos gerais, então o que se quer dizer é shirk (politeísmo)
maior e praticá-lo indica que a pessoa concorda com os cristãos
em sua afirmação de que ‘Issa (Jesus, que a paz esteja com ele) foi
morto, mas Allah, glorificado seja, negou isso em Seu livro, onde Ele disse
(interpretação do significado):

“Ora, eles não o
mataram nem o crucificaram, mas isso lhes foi simulado.”

[An-Nisaa’ 4:157].

Shaikh ‘Abd ar-Rahmaan al-Barraak
(que Allah o preserve) disse: A cruz é bem conhecida por ser o ídolo dos
cristãos em suas igrejas e em suas casas, e eles as usam em torno de
seus pescoços e em seus peitos. Por isso, é o símbolo do cristianismo, e
é proibido aos muçulmanos usá-lo.

Se um muçulmano o usa, a fim de
parecer um cristão, então esta é uma maneira de expressar a sua
aprovação aos cristãos na religião deles, e
aprovação aos cristãos na religião deles constitui descrença
em Allah, exceto no caso de alguém que teme por sua vida, caso em que é
considerado estando sob compulsão, e Allah, exaltado seja, disse
(interpretação do significado):

“Quem renega a Allah,
após haver crido, será abominoso, exceto quem for compelido a
isto, enquanto seu coração estiver firme na Fé…”

[An-Nahl 16:106].

No que diz respeito a alguém que
usa uma cruz por ignorância, então é desculpado por causa de sua
ignorância.

No que diz respeito a alguém que
usa para agradar os cristãos, isto é proibido, e há o receio de
que possa vir sob o título de descrença em Allah… O que o muçulmano
deve fazer é tomar cuidado com o que Allah proibiu. Não há
dúvida de que isto é um dos tipos mais graves de imitação aos
incrédulos, e o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre
ele) disse: “Quem quer que imite um povo é um dele” Narrado por Abu
Dawud (4031). Então, o que ele deve fazer é tomar cuidado quanto a isso,
e pedimos a Allah que nos mantenha seguros e firmes. E Allah sabe melhor. Fim
da citação.


http://ar.islamway.net/fatwa/8605

Com base nisso, se o muçulmano
referido na pergunta foi obrigado a fazê-lo, no sentido de que ele temia ser
assassinado ou aprisionado caso não o fizesse, então não
há nenhuma culpa sobre ele insha’Allah, desde que seu coração
esteja tranquilo com a fé.

Mas se a situação
não atingir o ponto de compulsão, onde não haja outra
escolha, então não é permissível à pessoa fazer isso.

É essencial diferenciar
entre a situação de alguém que foi obrigado a fugir do seu país e
a situação de alguém que é obrigado a usar uma cruz. Ele pode ter sido
obrigado a fugir do seu país, a fim de escapar de ser preso ou morto,
mas usar uma cruz não é algo que ele seja forçado a fazer, porque mesmo
que ele não a use, não estaria sujeito à morte, prisão e
similares.

Este é um assunto sobre o qual se
deve ter cuidado e entender o caso de necessidade em que são concedidas
tais concessões, e os casos em que não existem essa necessidade.

Além disso, se a pessoa é paciente
e não faz uma demonstração exterior de símbolos da
incredulidade, ou profere palavras de incredulidade, isso é melhor, mesmo se
ela teme por sua vida.

Fazer uma demonstração
exterior de símbolos da incredulidade no caso de necessidade, que torna
isso permissível, é uma concessão que é dada e não
há nenhuma obrigação em aproveitar-se dela; pelo
contrário, manter-se firme é melhor que isso.

No que diz respeito à fuga por
causa de seu compromisso religioso e a própria vida, por medo da fitnah
(perseguição) ou morte, isso é algo prescrito no Islam e é recomendado
ou obrigatório, de acordo com a situação.

E Allah sabe melhor.

A Fonte

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