Vender coisas que não podemos usar

Este hadith foi narrado por al-Bukhari (2104), Muslim (2068) e outros, em vários lugares e através de várias isnaads (cadeias de transmissão). Por exemplo, al-Bukhari narrou sob o título Baab at-Tijaarah fima yukrah libsuhu li'r-rijaali wa'n-nissa' (Capítulo sobre como lidar com coisas que são desaconselháveis para homens e mulheres), via Saalim ibn 'Abd-Allah ibn 'Umar de seu pai, que disse: O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) enviou uma hullah (roupa) de seda e ele o viu vestindo aquilo e disse: “Eu não a enviei para que tu a usasses, pois quem a usa é aquele que não tem uma parte (na outra vida). Ao contrário, eu a enviei para que pudesses encontrar uso para isto”, ou seja, vendê-la.

Este hadith indica que é permitido negociar roupas que podem ser usadas de uma maneira, mas não de outra, e é permitido dá-las a outros, e ainda, aquele que compra tal coisa ou a quem é dada tem que usar das maneiras que são permitidas, não das que são proibidas. Exemplos disso incluem joias de ouro, armas, facas, uvas e outras coisas que podem ser usadas para fins halal ou haram. É permitido lidar com essas coisas e dá-las a outros.

Aquele que compra ou recebe tais coisas deve usá-las da forma permissível, como vendê-las, dá-las de presentes, etc.; a pessoa não deve usá-las de qualquer maneira que seja proibida.

Mas, se a coisa é algo que é proibido usar de qualquer forma, não é permitido negociar ou dar de presente, como porcos, leões e lobos. Não há nada no hadith que sugira que seja permitido vender as coisas mencionadas na pergunta, portanto não é válido fazer uma analogia entre a venda de cigarros, tabaco e trajes de banho reveladores para homens ou mulheres com a venda de coisas que possam ser usadas de uma maneira, mas não de outra, ou em algumas circunstâncias, mas não em outras, porque é haram usá-las em todas as circunstâncias.

E Allah é a Fonte da força.